A eSIM é um dos inventos que mais revolucionou a telefonia móvel. O conceito é simples: até agora, para ter os serviços de dados e chamadas de um operador, precisávamos ter fisicamente um cartão (SIM, miniSIM ou microSIM nos últimos tempos). Com a eSIM, temos o mesmo serviço, mas sem o elemento físico.
O segredo está nos próprios terminais, que agora têm um chip preparado para carregar a configuração de um operador. Assim como antes trocávamos o cartão, agora fazemos isso escolhendo dentro de um menu, sem precisar fazer mais nada. Além disso, o mais comum era termos, no máximo, um smartphone DualSIM, ou seja, com capacidade para 2 cartões SIM – quase sempre à custa de ocupar o lugar do microSD e ficarmos com menos espaço de armazenamento. O eSIM evita isso também, pois podemos, em teoria, ter armazenadas tantos, quantos precisarmos.
O que é um eSIM?
Entrando nas definições, o eSIM significa concretamente "Embedded Subscriber Identity Module" (Módulo de Identidade de Assinante Incorporado). Ou seja, não é um cartão físico com a informação da rede e a identificação do utilizador que se insere e retira do dispositivo, mas sim algo que está integrado no hardware. E, para tirar quaisquer dúvidas, sim, o eSIM conta tanto com o tradicional número PIN como com o PUK, que é necessário quando há uma emergência e nos esquecemos do primeiro.
Como é que funciona um eSIM?
Como já comentámos, com um eSIM o utilizador pode escolher o seu operador móvel através de um menu no dispositivo ou por meio de uma aplicação. Feita esta seleção, o eSIM descarregará automaticamente os detalhes de configuração e autenticação necessários para se conectar à rede desse operador, dentro de um processo que é realizado de forma segura e encriptada, garantindo a proteção dos dados.
Vantagens de ter um eSIM
Em primeiro lugar, comodidade e flexibilidade. Com um eSIM, podemos mudar de operador sem necessidade de adquirir um novo cartão físico. Isto é especialmente útil para quem viaja com frequência, já que pode optar por um operador local em cada destino de forma imediata, sem ter que esperar para receber um cartão físico. Outra opção, que é ainda mais prática e económica, é usar o eSIMs de fornecedores de telecomunicações como Zadarma, nas quais podemos carregar um plano de dados por país e assim mover-nos livremente sem ter que trocar de operador durante a viagem. Basta escolher o destino e podemos encontrar pacotes para 7 e 30 dias, a partir de 2 cêntimos por MB de internet.
Ao eliminar a necessidade de um cartão SIM físico, os smartphones tendem a ser mais finos, pois há uma maior otimização do espaço interno para outras características e componentes. E, por ser algo “virtual” ou integrado, não se perde segurança; pelo contrário, o eSIM é ainda mais seguro, pois utiliza um sistema de autenticação encriptada e diminui o risco de clonagem do SIM e, consequentemente, de fraude tanto para os utilizadores quanto dentro das redes.
Por último, mas não menos importante nos dias de hoje, o eSIM é mais ecológico. Ao eliminar os cartões SIM físicos, reduz-se tanto a necessidade de plástico, papel e outros materiais para a sua fabricação quanto a pegada de carbono associada aos resíduos e à reciclagem de todos os cartões que deixam de estar em funcionamento, bem como a pegada de carbono derivada da sua distribuição.
Onde posso usar um eSIM?
A marca pioneira a integrar o eSIM nos seus dispositivos foi a Apple, primeiro nos seus tablets iPad e, a partir do iPhone 7 em 2016 – em 2023 lançará o iPhone 15 – nos seus smartphones. No campo Android, a Google não demorou muito a seguir o exemplo da Apple, já que apenas um ano depois apareceu o Pixel 2 com suporte para eSIM, algo que tem mantido até à série Pixel 7 e, provavelmente, no seu sucessor que chegará no outono de 2023.
Os restantes fabricantes foram um pouco mais lentos. A Samsung só incluiu o eSIM como uma característica dos seus terminais a partir dos Galaxy Note 20 de 2020, depois expandindo para a série Galaxy S e para os seus dobráveis Galaxy Flip e Fold. A Oppo foi a primeira a levar o eSIM à gama média com o Oppo A55s de 2021, estendendo-o posteriormente às suas séries Find e Reno. Finalmente, destaca-se que a Motorola o inclui nos seus dobráveis Razr desde 2019.